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Os clientes desejam cada vez mais descontos! O lucro está desaparecendo! Os concorrentes praticam preços absurdos! Vejo o futuro das empresas contábeis dúbio! O que fazer para enfrentar tudo isto?


Nos EUA, alguns médicos que atendem em massa e com pouca atenção aos “pacientes”, assim como acontece no Brasil, já começam a ofertar serviços de qualidade e para isto selecionam cerca de 50 clientes. Este pequeno grupo de clientes pagará muito mais, porém receberá serviços diferenciados.
 
Nesta semana visitei um cliente que sempre pressiona pela redução dos honorários. Informei-o sobre empresas que cobram entre R$ 49,90 e R$ 99,90, dependendo do ramo de atividade, e ele logo ficou feliz. Então continuei explicando como funciona: o próprio cliente faz o download dos documentos (notas fiscais, extratos bancários etc.) e, o principal, o contador não presta assessoria tributária, fiscal ou trabalhista, a menos que o cliente comprar as horas necessárias do estudo e orientação. Então o cliente disse: “Não é isso o que eu desejo. Preciso que o contador esteja próximo para me auxiliar nas dificuldades”. Há clientes que desejam o preço e outros serviços com qualidade. É necessário apresentar claramente as duas opções.
 
Não podemos pensar que, com tantas mudanças nas mais diversas áreas, os serviços de contabilidade continuem sendo prestados da mesma forma. É preciso pensar e analisar as tecnologias disponíveis e decidir por aquelas capazes de ser aplicadas em nosso ramo de atividade para ganhar na produtividade e na agilidade. Ser mais ágil para disponibilizar informações aos clientes, além de deixá-los mais satisfeitos, significa economizar tempo, reduzir custos e ofertar o mesmo serviço por preço menor, mas com lucro.
 
Permanecer na zona de conforto parece ser o desejo, mas isto é permitido somente quando não há ameaças, coisa que está fora da moda, pois o mercado nunca esteve tão disputado como nos dias atuais. Levante e enxergue o mundo de cabeça erguida, sem medo, mas disposto a implementar as mudanças necessárias para continuar atendendo os seus clientes. Só não consegue acompanhar a evolução aqueles que desistem.
 
Quando começou a nota fiscal eletrônica e a assinatura digital, parecia que era o fim, mas hoje fazemos tudo isto com muita tranquilidade. Assim acontecerá com as demais mudanças, desde que estejamos dispostos a aprender.
 
Até o ano de 2012 os empresários contábeis se reuniam para debater a profissão, nunca os preços. Em 2012, em Curitiba (PR), foi realizado o “Seminário de Precificação dos Serviços Contábeis”, o primeiro evento exclusivo para debater preços, no qual tive a honra de lançar o primeiro livro de precificação para empresas contábeis. Depois desse, muitos outros seminários repetiram-se pelo Brasil: Maceió;/AL, Rio de Janeiro/RJ, Londrina/PR, Tocantins, entre outros.
 
Os seminários unem os empresários contábeis para debater a metodologia mais adequada para precificar e o destino das empresas contábeis, objetivos distintos dos taxistas e outras atividades que não conseguem enxergar o futuro da atividade. Ao antever o problema é possível transformar ameaças em oportunidades.
 
Nos seminários observamos contadores que chegam assustados e vão embora sentindo-se mais confiantes porque recebem informações claras e percebem que o medo só atrapalha. É preciso compreender para onde caminhamos e então nos preparar para as dificuldades ou, talvez, para as oportunidades.
 
Neste mês de agosto estarei falando nos seminários de precificação em Londrina (PR), em setembro na Unicesumar, em Maringá (PR), em outubro em Chapecó (SC) e Boa Vista (RR). Se a sua região ainda não recebeu um seminário de precificação de serviços contábeis procure os líderes locais e cobre a realização do mesmo, que lhe dará uma visão mais nítida do que está acontecendo e como se preparar para enfrentá-la. Adianto que a proposta é estudar, pesquisar sobre o futuro e debater com os colegas de profissão, pois o isolamento fará com que todos se esqueçam de você, inclusive o cliente, e você ficará ligado a um mundo que não mais existe. Consequentemente, será o fim.
 
A oportunidade está batendo. É necessário abrir a porta do conhecimento.

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Comentários

  • 10/11/2016

    Olá Djalma,

    Excelente a sua explanação, parabéns!

    No entanto vejo que a nossa profissão tem muita à fazer e ganhar.

    Gilmar Duarte

  • DJALMA PINHEIRO

    10/11/2016

    Estou começando a pesar se vale a pena continuar em nossa profissão (especialmente o último parágrafo), POIS:

    a) lidamos no dia a dia com uma intrincada legislação tributária onde ninguém entende ninguém, o que se comprova pela quantidade de consultas levadas aos fiscos federal, estaduais e municipais, e consultorias privadas, além da quantidade de processos administrativos e judiciais, quando a certeza da ação do contribuinte é quase sempre “incerta”;
    b) temos em tão pouco espaço de tempo que implantar as novas regras contábeis sem considerar que o empresário/contribuinte brasileiro (cliente) esteja de fato preparado intelectual e financeiramente para isso, como é regra quase geral em nosso país;
    c) temos que nos atualizar “diariamente” em função de alterações de regras tributárias e também das novas regras contábeis;
    d) salvo engano, diferentemente de outras profissões, somos “obrigados” de fato à educação continuada;
    e) somos citados no Código Civil como responsáveis solidários em diversas situações;
    f) na Resolução CFC 1.445/13, que passou a vigorar a partir de janeiro de 2.014, “os profissionais e Organizações Contábeis que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza”, ao detectar qualquer suspeita de crime de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo, dos negócios ou atos de seus clientes, deverão proceder a comunicação dos mesmos ao Coaf, sob pena de severas punições;
    g) somos obrigados a informar ao COAF qualquer transação ou proposta de transação que envolva o pagamento ou recebimento em espécie de valor igual ou superior a R$ 100.000,00;
    h) e agora o Brasil deve adotar, a partir de julho de 2017, uma nova norma internacional que obriga contadores das empresas e auditores independentes a se reportarem às autoridades competentes quando descobrirem, no exercício de suas funções, desvios de leis e regulamentos, como práticas de corrupção, lavagem de dinheiro e determinação deliberada de não pagar.

    Não que concordemos com atos ilegais, mas, parece que a responsabilidade maior na contenção desses crimes está pesando por demais sobre os contabilistas.

    Por outro lado, num país de fato ainda economicamente pobre como é o Brasil, como conseguir salários e honorários à altura de tamanha responsabilidade e gastos com atualização permanente, investimentos em tecnologia da informação e mão de obra à altura tão escassa?

    Djalma

    Obs: TRF-4: contador é responsabilizado por multa de descumprimento de obrigações acessórias
    A 1ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região reconheceu, por maioria, a responsabilidade solidária de um contador em um caso de redirecionamento de execução fiscal de multa por descumprimento de obrigações acessórias.
    Fonte: Revista DeduçãoLink: http://www.deduc ao.com.br/index.php/trf-4-contador-e-responsabilizado-por-multa-de-descumprimento-de-obrigacoes-acessorias/
    A 1ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região reconheceu, por maioria, a responsabilidade solidária de um contador em um caso de redirecionamento de execução fiscal de multa por descumprimento de obrigações acessórias.

  • Marcelo Timotheo

    02/08/2016

    É ISSO QUE QUERO, POIS ESTE ARTIGO E BEM INTERESSANTE E IMPORTANTE AOS DIAS DE HOJE, AO EMPRESARIO CONTÁBIL, PARABÉNS GILMAR DUARTE PELO ARTIGO, MUITO BEM DETALHADO. TEM COMO VIM EM GOIÂNIA, MARCA COM CRC GO

  • THAIS borzuk de lima

    01/08/2016

    parabéns gilmar,sempre escrevendo ÓTIMOS artigos!